A campanha eleitoral de Cachoeiro de Itapemirim-ES ganha o sexto elemento, o próprio prefeito a ser sucedido, Victor Coelho (PSB). Nos últimos dias ganhou protagonismo em embate direto com o deputado estadual e candidato a prefeito, Theodorico Ferraço (PP).

Sem acordo e com passe livre do governador Renato Casagrande, do seu partido, Victor Coelho decidiu defender o seu legado de forma cortante e doída para o parlamentar. Sem piscar, o socialista imputou ao Ferraço todas as macelas espalhadas pela cidade.

A Causa

A estratégia do prefeito no argumentativo e no assentamento do conteúdo coloca, didaticamente, que se os cachoeirenses sofrem com a falta de obras estruturantes, em curso na sua gestão, a causa vem do governo do ex-prefeito, como a ausência de drenagem da Linha Vermelha. Tipo, “eu” sou a consequência, mas “ele” é a causa.

Ferraço está tentando se desvencilhar da artilharia da boa pontaria do prefeito e sua capacidade singular de contraditar as críticas à sua gestão. Nas redes sociais, Victor se apresenta como o sexto elemento dentro da disputa. A sua candidata, Lorena Vasques, fica numa prateleira abaixo dessa visibilidade.

Casagrande

A ofensiva do prefeito é o retrato do que o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) vai enfrentar no futuro. A esquerda, PSB e PT, não farão campanha para nenhum dos Ferraço. Casagrande, nessa guerra de narrativas, faz como Pilatos, lava as mãos. 

O que aparentava fácil, Victor vai tornar difícil para o deputado na sua saga pela disputa da Prefeitura de Cachoeiro-ES. O tabuleiro está tremulando diante desse terremoto não esperado pelo grupo do PP, MDB e Novo que embalam o “ferracismo” que tenta ressurgir. 

Vantagem

Victor Coelho leva vantagem nesse conflito por conta da facilidade em que se apresenta nas redes sociais, experimentado em duas anteriores eleições. Ferraço é analógico e ficará dependendo de sua assessoria mediana. O prefeito é profissional no olho a olho e amadureceu.

Nada é por acaso. O prefeito faz sua pré-campanha para deputado federal dentro da campanha de prefeito. O movimento é de sobrevivência: impedir Ferraço de assumir a prefeitura, represando-o de tentar aniquilar o projeto de poder do prefeito e do seu grupo para 2026